quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Imóveis: saiba quais são os endereços mais caros da capital baiana

Um apartamento de classe média em Salvador custa em torno de R$ 280 mil. Mas hoje o tema não é a moradia para reles mortais. Os imóveis ilustrados nestas páginas chegam a custar 28 vezes esse valor. Isso mesmo! Uma cobertura na Morada dos Cardeais (aquele que Ivete Sangalo comprou dois e fez um só) chega a custar R$ 8 milhões, o preço de 28 apartamentos de classe média. Isso segundo Cláudio Cunha, sócio-diretor da corretora Brasil Brokers Brito & Amoedo.


Mansão Costa Pinto é o primeiro empreendimento de alto luxo de Salvador e um dos maiores apartamentos do país: 800 metros quadrados (Foto: Robson Mendes)

E olhe que a Morada dos Cardeais nem é o prédio mais caro de Salvador. O mais caro é o Margarida Costa Pinto, no Corredor da Vitória, onde um apartamento normal (sem ser a cobertura) chega a custar quase R$ 7 milhões. “O último que vendi foi R$ 6,3 milhões, mas foi em janeiro, agora já valorizou mais”, conta o corretor de imóveis de luxo Jefferson Clelio.


Vista privilegiada da varanda de um dos apartamentos do Morada dos Cardeais, na avenida Contorno (Foto: Jefferson Clelio/ Divulgação)

A lista dos sonhos é completada pelo Mansão Leonor Calmon e pelo Mansão Carlos Costa Pinto, também no Corredor da Vitória. É lá que fica o metro quadrado mais caro da cidade: R$ 12 mil, em média. Em seguida vêm Barra/Graça, Horto Florestal e Alto do Itaigara, como enumera Cunha.

História Ele conta que o Mansão Costa Pinto foi o que inaugurou o mercado de alto luxo em Salvador. Datado de 1986, o apartamento construído pela Andrade Mendonça é um dos maiores do Brasil. “São mais de 800 metros quadrados, um por andar, piscina na varanda de cada apartamento, um playground que encontra com a praia, píer para os moradores atracarem suas lanchas e jet skis...”, diz Cunha, enumerando os mimos de uma morada de R$ 5 milhões. Foi lá que o cantor Gilberto Gil adquiriu um apartamento recentemente.

Apesar do nome parecido, o Margarida Costa Pinto é bem menor (embora longe de ser pequeno: 411 metros quadrados) e de outra construtora, a Santa Helena. O edifício mais caro da cidade também tem um apartamento por andar, acesso ao mar através de plano inclinado com elevador panorâmico, píer de atracação para pequenas embarcações, cinco suítes e tudo mais que o dinheiro pode comprar. Por estar em uma área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o edifício foi construído atrás de um casarão que serve agora como salão de festas, jogos e leitura. O padrão é adotado na maioria dos prédios da região.

Pelos mesmos R$ 5 milhões do Mansão Costa Pinto é possível comprar também um apartamento no Mansão Leonor Calmon, construído pela Andrade Mendonça, em parceria com a MRM. Com vista para a Baía de Todos os Santos, cada apartamento tem 355 metros quadrados, com quatro suítes ou cinco, se o cliente preferir um duplex. Esse último tem duas varandas amplas, de frente para o mar, duas salas, duas áreas de serviço e cinco vagas de garagem. Afinal, para quem pode comprar um apartamento desses, ter cinco carros é fichinha!

O perfil dos compradores, segundo o presidente da construtora Fator Realty, Paulo Fabriani, é de pessoas aparentemente normais, só que com muito dinheiro. “Geralmente são casais entre 40 e 50 anos, com filhos. Empresários e profissionais liberais em sua maioria”, descreve. “No caso de profissionais liberais (médicos, advogados e membros do Judiciário), a faixa etária é um pouco mais elevada, em torno dos 60 anos”, acrescenta. E (surpresa!), eles financiam o imóvel como qualquer mortal. “Dão um sinal e financiam o restante”.

Morada dos Cardeais O prédio onde moram Ivete e Gal Costa é o mais caro já construído pela Odebrecht: R$ 4,6 milhões, segundo o diretor de incorporações da empresa, Eduardo Pedreira. O apartamento, entregue em 2004, tem 355 metros quadrados e fica na Avenida Contorno, a vista mais bonita de Salvador. É o mais caro da construtora, porém não o único de alto luxo. Um apartamento no edifício Vale do Loire, construído em 2006, no Horto Florestal, custa em torno de R$ 4 milhões, R$ 12 mil por cada um dos 328 metros quadrados.

Também no Horto, a Odebrecht está com três novas construções: o edifício Chácara Suíça, o Bosque Itália e o Reserva Albalong. Os apartamentos têm 255 metros quadrados e custam em torno de R$ 2,5 milhões (R$ 10 mil por metro quadrado).

É no Horto, aliás, que ficam as casas mais caras de Salvador. “Tem casa ali que custa R$ 10 milhões”, estima Cláudio Cunha, explicando que essas são verdadeiras mansões, que chegam a ter uma área de mil metros quadrados.
Além do Horto, outros lugares nobres para se comprar uma casa são o Encontro das Águas, Busca Vida e Interlagos, este último, já no território de Camaçari. “São terrenos de 400 a 700 metros quadrados. A partir de R$ 3 milhões, você consegue uma casa boa”, conta o corretor Jefferson Clelio.

Construtoras apostam no mercado de luxoApesar de caríssimos, os apartamentos de alto luxo citados não costumam ficar vagos por muito tempo. “Na Vitória, qualquer imóvel que se coloque à venda, vende muito rápido. Os novos, em 15 dias, os mais antigos em 30, 40 dias”, conta Cláudio Cunha. Mas, se você leu esta reportagem e tem bala na agulha para adquirir um imóvel de alto luxo, não faltam opções na cidade.

No Alto do Itaigara, a construtora Petram está construindo o Diamond, condomínio com três prédios, idealizado para oferecer tudo que um spa dispõe, em casa. Ao todo, são mais de 50 itens: espaço beauty, ofurô, pet place, sala de pilates e ioga, quadra profissional de squash, entre outros. O preço varia de R$ 970 mil (o 1º andar dos prédios Hope e Taylor) a R$ 1,3 milhão (o último andar do Amsterdam). São nove opções de plantas de apartamentos de 4 quartos, com três ou quatro suítes e metragem de 152 a 186 metros quadrados.

Outra opção é o Mansão Mont Saint Michel, no Jardim Atlântico, em Ondina. O sócio-diretor da Salinas Incorporadora, Luis Limoeiro, vende seu peixe: “O ponto-chave é a localização. De lá, você consegue ver a Barra, o Rio Vermelho e Ondina. É um apartamento por andar, com 275 metros quadrados, com duas varandas, quatro suítes, quatro vagas de garagem, área de lazer completa, com academia, piscina com raia, brinquedoteca, duas quadras...”, enumera o empresário, sobre seu primeiro empreendimento de alto luxo. “Queríamos diversificar e percebemos que havia esse nicho de mercado”, explica. O edifício tem entrega prevista para julho de 2014, e os apartamentos custam entre R$ 1,7 milhão (o 1º andar) e R$ 3,6 milhões (a cobertura).

Diferencial
A Fator Realty também tem imóveis de alto luxo para oferecer. E não é um só. Em março, lançou quatro residenciais: Duo, Capri, Seasons e Metropolitan, todos no Aquarius. Com um apartamento por andar, o Duo tem o diferencial da sustentabilidade. “Temos sistema de reaproveitamento de água, sensores de iluminaçao, horta, é perto de tudo, você faz tudo a pé”, conta Paulo Fabbriani, presidente da incorporadora Fator Realty. Um apartamento de 272 metros quadrados custa cerca de R$ 2 milhões.


Perspectiva de como vai ficar a varanda de um dos apartamentos na Mansão Mont Saint Michel, no bairro de Ondina, da construtora Salinas (Foto: Divulgação)

O diretor da Leão Engenharia, Ivan Leão, conta quais são as variáveis que tornam um imóvel de alto padrão e, consequentemente, o encarecem. “Primeiro é a localização.

Depois estão o tamanho e as especificações com maior qualidade”. Ele explica que a arquitetura desses prédios costuma ser diferenciada e os materiais usados de melhor qualidade, além de mais opções de lazer. Ele cita o Morro Ipiranga como um dos locais com tendência de valorização. “O metro quadrado lá custa R$ 7 mil, R$ 8 mil, mas a tendência é subir”, aposta. É lá que está sendo construído o Morada Imperial, um quatro suítes de 350 metros quadrados, que custa em torno de R$ 2 milhões.


Perspectiva da área de lazer do Diamond, que será construído no Alto do Itaigara, da construtora Petram (Foto: Divulgação)

“O mercado de alto luxo se sustenta bem. Normalmente quem compra são clientes mais exigentes, que têm o arquiteto deles e querem o apartamento personalizado”, conta o empresário. As alterações na planta, acrescenta, são permitidas, desde que não comprometam a estrutura do prédio. Mas quem quiser esperar um pouco mais (quem sabe até ganhar na Mega-Sena?) para se mudar para um apartamento megaluxuoso pode esperar o diretor da Odebrecht Eduardo Pedreira revelar que a construtora está desenvolvendo um projeto de alto luxo “melhor que a Morada dos Cardeais” na Rua do Barro Vermelho, no Rio Vermelho. O edifício, que vai matar Ivete de inveja, tem previsão para começar a ser construído no ano que vem.


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