segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Empresário mineiro planeja ter um shopping na favela do Alemão

Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte

 
Um empresário mineiro planeja erguer no morro do Alemão, no Rio, o primeiro shopping center do país dentro de uma favela. Elias Tergilene, de 41 anos, já é dono da rede de shoppings populares Uai que tem cinco unidades, em Belo Horizonte e em Manaus. O projeto no Rio foi apresentado ao governo do Estado do Rio de Janeiro e já atrai o interesse de marcas como Chilli Beans, Camisaria Colombo, Barred's e Burger King, segundo o empresário. O morro do Alemão foi um dos que receberam Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP).
O Favela Shopping ou Shopping Favela (a ordem ainda não foi definida) estreia no Rio, pelos planos de Tergilene, mas São Paulo e Belo Horizonte também estão na sua mira. Na segunda-feira, ele esteve em Paraisópolis - grande favela da capital paulista - para ver um imóvel onde poderá ser construído um shopping. Ele fala em trazer o conceito para a favela (ou aglomerado, como dizem os mineiros) da Serra, em Belo Horizonte. E busca investidores e parceiros para futuros projetos.
O investimento previsto para o shopping do Rio é de R$ 22 milhões, em recursos próprios, segundo ele. O imóvel em vista é um galpão mal conservado de 15 mil metros quadrados localizado em uma das entradas do Complexo do Alemão. O problema é que o imóvel tem uma lista longa de impostos não pagos e está ocupado atualmente por estacionamento irregular, diz o empresário.
O assunto que está sendo discutido com o governo do Estado. "Já tivemos reuniões com o vice-governador, o Pezão, e com a equipe dele e estamos agora na fase de formatar o projeto e definir se o shopping será uma PPP [parceria público-privada], se será todo nosso, se o governo desapropria e cede o prédio", disse Tergilene, em seu escritório no Shopping Uai, no centro de Belo Horizonte (BH).
A reforma proposta por Tergilene daria ao imóvel uma fachada de tijolo aparente que lembra uma antiga fábrica. Seria equipado com palco para shows, quatro salas de cinema, palmeiras na calçada e uma área de circulação e para estacionamento de aproximadamente 23 mil metros quadrados. As lojas serão pequenas: de 20 a 30 metros quadrados. O projeto é assinado pelos arquitetos da Painel Arquitetos Associados, de BH. E se a opção for mesmo pelo galpão, as obras levariam mais ou menos um ano para serem concluídas.
A ideia é que o Favela Shopping não seja apenas uma opção de compras mais acessível para quem vive nas favelas do Alemão. "Não estamos montando um shopping para tirar dinheiro da favela, mas para criar cultura empresarial na favela", diz Tergilene. O que ele pretende é que as empresas que se estabelecerem no shopping, contratem funcionários no Alemão e privilegiem moradores da região para tocar franquias das marcas instaladas no centro de compras.
Dinheiro e consumo há nas favelas do Complexo do Alemão, assim como em diversas favelas pelo país, diz Tergilene. "Todas as empresas com quem eu falo sobre o shopping na favela me perguntam: 'Começa quando?'" Muitas empresas, diz ele, sonham há tempos em entrar nas favelas, mas não sabem como.
O Favela Shopping tem uma vantagem, diz o empresário. Nasce com o apoio da Central Única de Favelas (Cufa), uma ONG criada em 1999 por Celso Athayde nos morros do Rio e que tem liderado ações e campanhas nas áreas de educação, esporte, cultura e cidadania e hoje se espalha por favelas de 25 Estados mais o Distrito Federal. No ano passado, a organização criou a Liga dos Empreendedores Comunitários (LEC), cujo objetivo é qualificar e estimular oportunidades de negócios para moradores das favelas.
Tergilene afirma que está à frente da LEC com Athayde e diz que a experiência da Cufa nas favelas será chave para ajudar no sucesso do shopping.
Para Luiz Fernando Veiga, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), a aposta de Tergilene faz todo sentido. "O empreendedor de shoppings quer mercados com poder aquisitivo e carência de oportunidade de consumir. E as favelas do Rio, uma vez pacificadas, viraram bairros consumidores como outros quaisquer."
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Comentário por Gabriela Pereira: Inicialmente parece ser uma idéia muito boa e que terá grande aceitação pelos moradores da respectiva localidade e  adjacências. Consigo ver com bons olhos a iniciativa, mas não vislumbro a possibilidade de que hajam frequentadores de outros bairros mais elitizados da cidade com muita frequência, talvez por puro preconceito ou por uma questão de deslocamente desnecessário. O que não representaria um problema, em razão das favelas serem muito populosas e conforme diversos estudos, têm crescido significativamente o poder de compra das classes D e E .
Ademais, vejo como ponto possitivo a possibilidade dos próprios moradores serem contratados para trabalhar no shopping, o que aumentaria a renda para a região e os moradores-consumidores não necessitariam  se deslocar para localidades diversas quando precisassem/quisessem consumir.
 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

PREFEITURA VAI SUBSTITUIR AS TRANSCONS POR CERTIFICADOS DE CONSTRUÇÃO





Em entrevista ao jornal A Tarde, o secretário da Fazenda do município de Salvador disse que, em relação as transcons, vai fazer um inventário para saber quem são os donos e que vai instituir as Operações Urbanas Consorciadas, que tenham foco em projetos de infraestrutura de uma determinada região da cidade.

Segundo ele, será criado o o CPAC (Certificado de Potencial Adicional de Construção), que é um título, um potencial de construir... Se registra esse título, que terá a autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para sua alienação, que será feita por intermédio do leilão público.

A receita auferida desse CPAC só pode ser aplicada naquela região vinculada ao projeto de estrutura específica para que não seja desviada para outra região. O recurso não pode ser aplicado em outra região ou outro benefício.

Em relação às empresas que tem sede em municípios da Região Metropolitana mas que prestam serviços sobretudo em Salvador, Ricardo disse que já estão previstas ações específicas que protegerão Salvador da guerra fiscal com municípios vizinhos. Segundo ele, o empresário tem que pensar que se usufrui dos serviços de Salvador é justo que pague aqui.
 
Fonte: Bahia Econômica